
JAMES MURPHY:
Um dos fundadores do selo DFA de Nova York. Multiinstrumentista. Compositor. Produtor. DJ ocasional. E, o mais importante: o LCD Soundsystem em pessoa.
Foi assim que comecei a me... “enamorar” de James. É algo inexplicável, eu simplesmente ADORO sua voz e seu jeito de cantar. Às vezes ele canta com voz de crooner, noutras com voz debochada, e de repente ele grita e depois começa a conversar com você – além de dar gritinhos e falsetes que acabam comigo. Sem falar nos “Uh-huh” insolentes como em “Time to get Away” ou na voz anasalada-quase-gripada de “Disco Infiltrator”. Ai ai...
Fisicamente, eu o imaginava semelhante ao vocalista do Electric 6 ou ao Aphex Twin, não me pergunte por quê. Eis a minha surpresa ao vê-lo em clipe pela primeira vez (em “Daft Punk...”). Até cogitei a hipótese de que o LCDSS poderia ter contratado aquele cara para aparecer no clipe, mas algo me dizia que não. Aquele gordinho de jeito nerd, tímido, descabelado e nem um pouco blasé era James Murphy.
Tenho uma queda por nerds e tal, mas foi difícil admitir que tinha me apaixonado por ele e nem sei exatamente o porquê. Talvez porque me parecesse absurdo amar alguém taaanto só por causa de uma música e nem saber qual era a do cara! Talvez porque ele não é exatamente aquele tipo de cara LINDÃO que você quer comentar com suas amigas (e eu comento mesmo assim, haha). Talvez porque ele é o exato oposto do meu típico amor platônico – homens magrelos e flamboyants. Ou vai ver que eu o mantive secreto porque sabia que o cara era demais e queria evitar a concorrência! O que importa é que ele é aquele cara com quem você (quero dizer, EU) quer ir para o bar conversar sobre qualquer coisa, e que se perguntar coisas idiotas como a diferença entre um Moog e um Casiotone ele te explicará com a maior paciência do mundo. Afinal, ele é um fofo!
Eu até poderia estar evitando admitir que estava caindo de amores, mas sempre acompanhava notícias sobre ele com grande entusiasmo: “Olha, o James no jornal!! Ele é TÃÃÃÃÃÃO legal e fofooooo!!”. Legal e fofo, hunf, sei.
Comprei o primeiro CD do LCDSS entre o final de 2005 e início de 2006 e só fui adorar na segunda ouvida também. O LCD foi meio assim comigo, de primeira eu achava estranho ou nada de mais, mas logo via algo além e de repente viciei e achei genial. Esse foi o meu CD daquele verão, eu o ouvi sozinha durante o carnaval inteiro, enquanto os outros conversavam ou viam TV. Algumas vezes passei a viagem Rio x Petrópolis inteira só com “Tribulations”, “Never as Tired as when I’m waking up” e “Disco Infiltrator” no repeat do discman – ou então “Too Much Love”, “Movement” e “On Repeat”. Ouvia sempre quando estava sozinha porque algo estranho acontecia: eu não sabia mais se ouvia o CD porque o achava ótimo ou se era porque estava apaixonada por James e sua voz. Ou será que me apaixonei de vez por ele porque ele tinha feito em disco ótimo?!?
Nesse dilema, ficava com medo de mostrar a banda aos outros. Dizia que era MUITO BOM, que ouvia direto e não conseguia cansar, mas não dizia nada como É A MELHOR COISA QUE OUVI DESDE O FRANZ FERDINAND E A VOZ DO CARA É UM TESÃO!!!!!!!!!! Sim, sou maluca, mas não cheguei a tanto – ainda sei disfarçar! ;)
Foi nessa época que ele se apresentou em SP e fiquei inconsolável - apesar de não manifestar para ninguém. Provavelmente seria a única vez que ele viria aqui e eu perdi. Depois, Murphy sumiu e o meu amor por ele, digamos, se assentou. Algum tempo depois ele lançou “Sound of Silver” e tava sendo super elogiado. Eu nem tinha baixado o CD porque ia comprar mesmo, e também porque estava com medo: será que o disco novo mexeria tanto comigo quanto o primeiro? Já adianto que sim, ele mexe.
Não lembro direito como foi a história, só sei que certo dia minha irmã me falava por msn sobre como “All my Friends” era linda – e PROVAVELMENTE ela se referia à versão do Franz Ferdinand. Só sei que quando fui falar com ela, todo aquele amor sufocado voltou e pela primeira vez foi posto para fora (é possível que tivesse álcool envolvido, confesso): “CLARO QUE A MÚSICA SÓ PODE SER LINDA!! O JAMES É FODA, ELE É O CARA, É GENTE FINA, É FOFO!!! E A VOZ, MEU DEUS, A VOZ!!! NOSSA, EU DAVA PRA ELE SEM PISCAR!!! ELE É O LCD SOUNDSYSTEM, POMBAS!!!”...e por aí foi. Minha irmã só restou rir do meu chilique repentino. Foi a maior sucessão de elogios gratuitos/ declaração de amor (por msn) que eu já fiz para um amor platônico. Depois disso, meu amor virou público e desde então ele só aumentou. Se isso é possível.
Então, em 16/11/2007, James veio ao Rio para divulgar Sound of Silver e como que num milagre eu consegui ir ao show (as circunstâncias já foram descritas num outro blog). Logo que o vi no palco, a uns
Finalmente eu via meu "crush" mais secreto ao vivo e VÁÁÁÁRIAS coisas me passavam pela cabeça, como “Cara, você não faz idéia de como gosto de você; não imagina como estou feliz em poder te ver hoje, e nem te conto o que eu faria contigo se tivesse coragem de subir nesse palco!”. Tive ciúme da tecladista Nancy Whang, que ficava ao lado dele no palco, tive ciúme de toda e qualquer mulher na platéia que poderia vir a querer algo mais com ele após o show, tive ciúme de uma mocréia horrorosa que subiu no palco durante “Movement” e deu um mosh (por um milésimo de segundo eu pensei “Maldita! Vai dar um beijo no James!” mas isso não aconteceu, ufa), caindo de qualquer jeito e deixando James preocupado a ponto de só voltar a cantar depois de ter certeza de que ela estava bem. GRRRR... Ao menos foi lindinho vê-lo cheio de preocupação, botando as mãos na cabeça quando ela pulou e depois gesticulando para a platéia perguntando “Are you ok? Sure???” Hahaha... Ele é uma graça! *-*
O show tava lindo, melhor do que eu jamais imaginara que poderia ser. E James era mais bonitinho ainda ao vivo (mesmo porque as fotos de divulgação do LCD são sempre tosquinhas) Mas não deixava de ter uma sensação agridoce: era muito solitário estar vivenciando algo tão importante para mim e só eu saber disso. Não tinha como explicar para os outros o que acontecia, seria como tentar resumir tudo o que escrevi aqui em apenas uma frase! Porém, no momento em que “All my Friends” acabou, olhei para o meu namorado e para todos ao redor e estávamos todos emocionados. Foi quando o show valeu: era algo marcante para todos nós e nem precisava explicar mais o porquê - simplesmente porque o LCD Soundsystem é uma banda foda.
Até hoje me arrependo horrores de não ter tentado ir ao backstage. Mas provavelmente eu falaria uma grande bobagem e me odiaria o resto da vida. Ou, no mínimo, algo patético (e verdadeiro) como “Cara, tua voz é sexy e você é lindo no palco cantando emocionado e se parece com um ursinho que eu morro de vontade de apertar até você ficar sem ar (mas só depois de você fazer o mesmo comigo, hehehe) e eu também tenho vontade de te morder todo e queria que você cantasse yeah yeah yeah yeah yeah yeah yeah yeah no meu ouvido, pra eu enlouquecer de vez! Ah, e você também fica mais lindo ainda com a barba por fazer e eu DELIRO com a tua foto na parte interna da contracapa do Sound of Silver (que não vou dizer como é para instigar a imaginação, mas meu namorado fez o seguinte comentário ao vê-la: “O que é isso?!?!?! Mas ele tá abusado, hein?” – hahahaha).
E então James, timidamente, iria responder um “Oh, thank you!” todo sem jeito. Afinal, ele é apenas um rapaz nerd de New Jersey que foi para New York, tomou seu primeiro ecstasy aos 26 anos, não foi roteirista de Seinfeld para se dedicar à música e que ainda se despede do público no show com as mãos no peito, dizendo fora do microfone “I love you! Thanks!"
De nada, James – o prazer é todo meu!
2 comentários:
Já tinha planejado que o primeiro comentário aqui seria meu dizendo que o James é gay! - ou que, ao menos, eu torcia para que fosse.
Infelizmente, não é o caso. Na verdade, acabei de saber que ele é casado.
O que me dá um certo alívio. Espero que ele seja fiel. Hunf.
:D
poxa, demorei tanto para ler esse post! me arrependo disso. ri horrores quando o li ontem! :p
mari e seus amores reprimidos!
hahahah
=***
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