quarta-feira, 12 de março de 2008

SOMEONE GREAT:



JAMES MURPHY:

Um dos fundadores do selo DFA de Nova York. Multiinstrumentista. Compositor. Produtor. DJ ocasional. E, o mais importante: o LCD Soundsystem em pessoa.


Não caí de amores pelo LCDSS de primeira, mas, quando caí, foi logo de quatro. Baixei “Daft Punk is playing at my house” logo que saiu, por ser fã da dupla francesa e me desapontei ao ouvir pela primeira vez porque imaginava que era algo totalmente diferente. Mas, logo que dei uma segunda chance à música, a ficha caiu: diversão pura com balanço sem vergonha e punch de rock, além da voz mais legal e despretensiosa que já tinha ouvido nos últimos tempos.

Foi assim que comecei a me... “enamorar” de James. É algo inexplicável, eu simplesmente ADORO sua voz e seu jeito de cantar. Às vezes ele canta com voz de crooner, noutras com voz debochada, e de repente ele grita e depois começa a conversar com você – além de dar gritinhos e falsetes que acabam comigo. Sem falar nos “Uh-huh” insolentes como em “Time to get Away” ou na voz anasalada-quase-gripada de “Disco Infiltrator”. Ai ai...


Fisicamente, eu o imaginava semelhante ao vocalista do Electric 6 ou ao Aphex Twin, não me pergunte por quê. Eis a minha surpresa ao vê-lo em clipe pela primeira vez (em “Daft Punk...”). Até cogitei a hipótese de que o LCDSS poderia ter contratado aquele cara para aparecer no clipe, mas algo me dizia que não. Aquele gordinho de jeito nerd, tímido, descabelado e nem um pouco blasé era James Murphy.

Tenho uma queda por nerds e tal, mas foi difícil admitir que tinha me apaixonado por ele e nem sei exatamente o porquê. Talvez porque me parecesse absurdo amar alguém taaanto só por causa de uma música e nem saber qual era a do cara! Talvez porque ele não é exatamente aquele tipo de cara LINDÃO que você quer comentar com suas amigas (e eu comento mesmo assim, haha). Talvez porque ele é o exato oposto do meu típico amor platônico – homens magrelos e flamboyants. Ou vai ver que eu o mantive secreto porque sabia que o cara era demais e queria evitar a concorrência! O que importa é que ele é aquele cara com quem você (quero dizer, EU) quer ir para o bar conversar sobre qualquer coisa, e que se perguntar coisas idiotas como a diferença entre um Moog e um Casiotone ele te explicará com a maior paciência do mundo. Afinal, ele é um fofo!

Eu até poderia estar evitando admitir que estava caindo de amores, mas sempre acompanhava notícias sobre ele com grande entusiasmo: “Olha, o James no jornal!! Ele é TÃÃÃÃÃÃO legal e fofooooo!!”. Legal e fofo, hunf, sei.

Comprei o primeiro CD do LCDSS entre o final de 2005 e início de 2006 e só fui adorar na segunda ouvida também. O LCD foi meio assim comigo, de primeira eu achava estranho ou nada de mais, mas logo via algo além e de repente viciei e achei genial. Esse foi o meu CD daquele verão, eu o ouvi sozinha durante o carnaval inteiro, enquanto os outros conversavam ou viam TV. Algumas vezes passei a viagem Rio x Petrópolis inteira só com “Tribulations”, “Never as Tired as when I’m waking up” e “Disco Infiltrator” no repeat do discman – ou então “Too Much Love”, “Movement” e “On Repeat”. Ouvia sempre quando estava sozinha porque algo estranho acontecia: eu não sabia mais se ouvia o CD porque o achava ótimo ou se era porque estava apaixonada por James e sua voz. Ou será que me apaixonei de vez por ele porque ele tinha feito em disco ótimo?!?

Nesse dilema, ficava com medo de mostrar a banda aos outros. Dizia que era MUITO BOM, que ouvia direto e não conseguia cansar, mas não dizia nada como É A MELHOR COISA QUE OUVI DESDE O FRANZ FERDINAND E A VOZ DO CARA É UM TESÃO!!!!!!!!!! Sim, sou maluca, mas não cheguei a tanto – ainda sei disfarçar! ;)

Foi nessa época que ele se apresentou em SP e fiquei inconsolável - apesar de não manifestar para ninguém. Provavelmente seria a única vez que ele viria aqui e eu perdi. Depois, Murphy sumiu e o meu amor por ele, digamos, se assentou. Algum tempo depois ele lançou “Sound of Silver” e tava sendo super elogiado. Eu nem tinha baixado o CD porque ia comprar mesmo, e também porque estava com medo: será que o disco novo mexeria tanto comigo quanto o primeiro? Já adianto que sim, ele mexe.

Não lembro direito como foi a história, só sei que certo dia minha irmã me falava por msn sobre como “All my Friends” era linda – e PROVAVELMENTE ela se referia à versão do Franz Ferdinand. Só sei que quando fui falar com ela, todo aquele amor sufocado voltou e pela primeira vez foi posto para fora (é possível que tivesse álcool envolvido, confesso): “CLARO QUE A MÚSICA SÓ PODE SER LINDA!! O JAMES É FODA, ELE É O CARA, É GENTE FINA, É FOFO!!! E A VOZ, MEU DEUS, A VOZ!!! NOSSA, EU DAVA PRA ELE SEM PISCAR!!! ELE É O LCD SOUNDSYSTEM, POMBAS!!!”...e por aí foi. Minha irmã só restou rir do meu chilique repentino. Foi a maior sucessão de elogios gratuitos/ declaração de amor (por msn) que eu já fiz para um amor platônico. Depois disso, meu amor virou público e desde então ele só aumentou. Se isso é possível.


Então, em 16/11/2007, James veio ao Rio para divulgar Sound of Silver e como que num milagre eu consegui ir ao show (as circunstâncias já foram descritas num outro blog). Logo que o vi no palco, a uns 2 metros de distância, me segurei MUITO para não chorar. Ele estava agachado, virado para a bateria – ou seja, de lado para a platéia, já que a bateria do LCDSS fica de lado no palco, mas isso não vem ao caso agora – e tentando remontá-la, pois já na segunda música ela já tinha sido estraçalhada. Ele ajeitou a bateria e percussões sozinho e fez joinha para o baterista, que devolveu o gesto. Fez joinha para os engenheiros de som, que provavelmente lhe deram o aval; e então finalmente ele fez joinha para a platéia, que “joiou” de volta. Satisfeito, deu um sorrisinho (morri) e voltou para o microfone para continuar o show. Nem preciso dizer que, se eu ainda tinha alguma dúvida de que ele era demais, ela se foi naquele minuto em que ele demonstrou que o roadie é opcional.

Finalmente eu via meu "crush" mais secreto ao vivo e VÁÁÁÁRIAS coisas me passavam pela cabeça, como “Cara, você não faz idéia de como gosto de você; não imagina como estou feliz em poder te ver hoje, e nem te conto o que eu faria contigo se tivesse coragem de subir nesse palco!”. Tive ciúme da tecladista Nancy Whang, que ficava ao lado dele no palco, tive ciúme de toda e qualquer mulher na platéia que poderia vir a querer algo mais com ele após o show, tive ciúme de uma mocréia horrorosa que subiu no palco durante “Movement” e deu um mosh (por um milésimo de segundo eu pensei “Maldita! Vai dar um beijo no James!” mas isso não aconteceu, ufa), caindo de qualquer jeito e deixando James preocupado a ponto de só voltar a cantar depois de ter certeza de que ela estava bem. GRRRR... Ao menos foi lindinho vê-lo cheio de preocupação, botando as mãos na cabeça quando ela pulou e depois gesticulando para a platéia perguntando “Are you ok? Sure???” Hahaha... Ele é uma graça! *-*

O show tava lindo, melhor do que eu jamais imaginara que poderia ser. E James era mais bonitinho ainda ao vivo (mesmo porque as fotos de divulgação do LCD são sempre tosquinhas) Mas não deixava de ter uma sensação agridoce: era muito solitário estar vivenciando algo tão importante para mim e só eu saber disso. Não tinha como explicar para os outros o que acontecia, seria como tentar resumir tudo o que escrevi aqui em apenas uma frase! Porém, no momento em que “All my Friends” acabou, olhei para o meu namorado e para todos ao redor e estávamos todos emocionados. Foi quando o show valeu: era algo marcante para todos nós e nem precisava explicar mais o porquê - simplesmente porque o LCD Soundsystem é uma banda foda.

Até hoje me arrependo horrores de não ter tentado ir ao backstage. Mas provavelmente eu falaria uma grande bobagem e me odiaria o resto da vida. Ou, no mínimo, algo patético (e verdadeiro) como “Cara, tua voz é sexy e você é lindo no palco cantando emocionado e se parece com um ursinho que eu morro de vontade de apertar até você ficar sem ar (mas só depois de você fazer o mesmo comigo, hehehe) e eu também tenho vontade de te morder todo e queria que você cantasse yeah yeah yeah yeah yeah yeah yeah yeah no meu ouvido, pra eu enlouquecer de vez! Ah, e você também fica mais lindo ainda com a barba por fazer e eu DELIRO com a tua foto na parte interna da contracapa do Sound of Silver (que não vou dizer como é para instigar a imaginação, mas meu namorado fez o seguinte comentário ao vê-la: “O que é isso?!?!?! Mas ele tá abusado, hein?” – hahahaha).

E então James, timidamente, iria responder um “Oh, thank you!” todo sem jeito. Afinal, ele é apenas um rapaz nerd de New Jersey que foi para New York, tomou seu primeiro ecstasy aos 26 anos, não foi roteirista de Seinfeld para se dedicar à música e que ainda se despede do público no show com as mãos no peito, dizendo fora do microfone “I love you! Thanks!"

De nada, James – o prazer é todo meu!

2 comentários:

Lady Murphy disse...

Já tinha planejado que o primeiro comentário aqui seria meu dizendo que o James é gay! - ou que, ao menos, eu torcia para que fosse.

Infelizmente, não é o caso. Na verdade, acabei de saber que ele é casado.

O que me dá um certo alívio. Espero que ele seja fiel. Hunf.

:D

Ana disse...

poxa, demorei tanto para ler esse post! me arrependo disso. ri horrores quando o li ontem! :p

mari e seus amores reprimidos!
hahahah

=***